Deixo aqui um pouco de mim. Deixe-me um pouco de você!






Ninguém imagina a dor que um coração pode carregar
E poucos, muitos poucos poderão ver além
Do riso forçado na boca
Do brilho opaco no olho de alegria

Ser forte talvez seja ser assim
Não deixar transparecer os ecos do coração
Esquecer até mesmo um pouco de sua dor
Para estender a mão ao outro

Porém confesso, há dias torturantes, cortantes
Que queríamos gritar, por pra fora, externar
Mas nos recolhemos naquele canto
Com nossos pensamentos apenas

E procuramos a solidão que se faz companheira
Entendendo a nós mesmos em nosso deleite
Derramando as lágrimas em silêncio até a exaustão
Para no amanhã travar uma nova batalha.

(J.L.)






"É porque não é fácil lutarmos contra nós mesmos. Aquela briga entre razão e emoção. Aquele bate rebate, pensa repensa, sofre resofre, dorme não dorme. Puro desassossego. Inquietude da alma. E nada mais que dúvidas, um monte de perguntas sem respostas, incertezas, tristeza, e uma busca de encontrar forças pra seguir mesmo levando toda essa bagagem no peito."

(J.L.)

Hoje é  o dia em que os cristãos celebram a grande Solenidade  do Corpo e Sangue de Cristo atestando com fé a Santa Eucaristia, maior de todos os sacramentos, presença real de Jesus que se deu em comida e bebida para alimentar nossas almas, sustentando nosso físico.

Hoje não é um dia qualquer!  Não é um feriado qualquer! Hoje é um dia Santo!

Pergunto àqueles que se dizem católicos: Como estão a viver este dia? Quem você tem adorado neste dia? Do que você tem alimentado seu espírito neste dia?

Muitos neste momento estão envolvidos em vícios, pelo fato de ser um “feriado”, esquecendo-se do verdadeiro sentido e se dizem católicos e estão à frente de grupos e acham que tem grande conhecimento das coisas de Deus, mas não são capazes de viverem veemente o que a Igreja nos propõe. Não brinquemos de religião. Não brinquemos de ser católicos.

Pergunto: Quantos te chamaram para orar hoje? Quantos te chamaram para Adorar Jesus Sacramentado? Ou quantos você deixou de convidar para sentirem a presença de Jesus? Outros te desviaram do caminho  hoje ou foi você que não soube apontar o caminho para muitos que precisavam e caiu no erro com eles?

Há um Cristo que nos espera, um Rei que se faz pequeno, tornando-se pão para alimentar nosso ser. E quantos sacrilégios fazemos com Ele? É preciso nos preparar fisicamente, mentalmente e espiritualmente para viver a grande Comunhão com Cristo. É preciso nos desviarmos dos vícios, dos pecados que cegam nossos olhos. É preciso retornar ao caminho e levarmos outros conosco.

 Testemunhe sua fé! Não seja um cego guiando outros cegos, nem se permita  ser guiado por um cego. Confessemos nossas falhas, pensamentos, palavras, atos e omissões que nos afastam da graça maior, participemos da ceia do Senhor e deixemos Jesus habitar em nós, nos fazendo sacrários vivos de sua presença.

 Adore a Jesus Cristo. Alimente-se de Jesus Cristo!  Só Ele é razão de tudo.
E peçamos perdão por àqueles que não O adoram, não O esperam e não O Amam.

(J.L.)





Um dia me disseram que o Amor é exigente. Que o cristão que verdadeiramente provou do Amor de Deus não aceita qualquer forma de amar. De fato, isso não mais saiu de minha mente e percebo o quanto sou exigente.

Eu jamais aceitaria um amor que não me mostrasse o céu, um amor que não comungasse comigo dos meus ideais, nem buscasse o Verdadeiro e maior Amor.

Eu jamais aceitaria um amor medroso, pequeno, medíocre, mesquinho, egoísta, que não soubesse dividir, que não me estendesse a mão, que não sentisse minha falta, minha dor, que não percebesse meu olhar, que não me aquietasse a alma, que não me trouxesse paz, que não construísse, nem edificasse meu coração.

Eu jamais me contentaria com um amor que não se doa, que não compartilha, que não tem cumplicidade, que não se alegra, que só vê defeitos, que não supera as diferenças, que vê distâncias, que vive pedindo desculpas e continua magoando, um amor que só quer ser amado mas não dá mais de si mesmo.

Quem prova do Amor infinito de Deus nunca vai aceitar migalhas, tão pouco mendigar um amor previsível, porque o Amor tem seu mistério e sua forma é sempre surpreendente, pois quando enraizado em Deus só sabe ser paz, tranquilidade e comunhão. Verdadeira união. Que não é entre a carne, mas entre as almas que se encontram e buscam a eternidade.


(J.L.)


Uma ausência do que não tinha
Uma dor do que não existia
Um romper, de que não sei

Só sei que doeu
Só sei que chorei
Chorei querendo adormecer
E o dia clareou...

E me veio a tristeza
Que visitou este dia
Tão cinza, totalmente descolorido
Onde os olhos perderam o brilho

Aquele aperto interminável no peito
Um pranto silencioso aqui dentro
Querendo compreender
Remexendo todo o ser

E compreendi que um único dia
Sem tua presença e tuas palavras
Tudo em mim penava
E percebi que muito te amava.

(J.L.)







" E eu pago aquele preço, de acreditar em alguém 
e ver a confiança definhando e o sentimento 
morrendo sem o cuidado. Vendo que minhas 
flores sempre murcham e que sempre acaba
 assim, sem jardim."

(J.L.)



"Que prepotência a minha,
achar que existia alguma coisa
onde não existia nada."

(J.L.)





" Há pessoas que nos roubam...
Há pessoas que nos devolvem!" 
( Pe. Fábio de Melo)


É assim você, nem preciso falar, é só me olhar para que percebas a desolação do meu coração. Poucas pessoas tem esse dom. E em minha vida jamais encontrei alguém para me perceber como me percebes.

Vês o meu riso minguado, vês a força que tento ter, mas sobretudo vês minha fraqueza e vês as lágrimas que não derramo fisicamente. Conhece minha inquietude e me mostra quem sou. Falas com brandura mesmo sabendo de meus erros. Tu não me acusas mas abraça-me com afago tão amigo porque sabes meus anseios.

Tem gente que nos conhece mais que nós mesmos. É por isso que quando perco a alegria, tu me devolves ela cheia de esperanças, porque nossa visão sempre foi ampla, sempre fitamos o horizonte com o desejo profundo da eternidade.

E eu, nas minhas angústias, quando esqueço de olhar adiante, tu me apontas o caminho e quando já não quero caminhar tu me tomas a mão e seguimos a estrada juntos, falando das nossas vidas e quando percebo-me já estou no caminho novamente.

Tu me devolves os passos, andas comigo, lado a lado e me fala de vida, desta arte que temos que desenhar todos os dias e que quando quero tudo preto e branco tu vens colorir, tu vens florir e me fazer olhar com simplicidade o que realmente é belo.

Tu me devolves a certeza do Amor, quando me amas, indiscutivelmente meu amigo, porque não precisou falar do Amor, mas mostrar Amor em suas atitudes para comigo. E vejo, há Amor em mim, há Amor em ti e mesmo quando eu quero desistir, tu sabes ser amigo e me emprestar  teus ombros, chora comigo e não cansa de me dizer: Vale a pena Amar mesmo sendo sofrido! 

(J.L.)



Talvez eu seja como aquele carvalho perdido no meio da mata. Com suas raízes fincadas ao chão tão fortemente. Que resistiu a tantas tempestades porque queria sobreviver.

Talvez ele nem saiba a razão de sua existência. Se é bom ou mal. Quis viver apenas. E quando os maus ventos lhe vieram ele resistiu mesmo não encontrando motivos.

Perdido ali, em meio ao desconhecido de si mesmo, com suas raízes firmes mas sem saber qual sentido de tudo. Sem saber porque cria raízes tão profundas.

(J.L.)



O Amor não tem cegueira, o Amor tem visão holística.

Não se engane no sentimento! Quando se coloca “mas” e porém” , barreiras e muros, aí sim, é como colocar aquela trave no olho. Mas, o Amor, o Amor mesmo,não se permite cegar.

O Amor conhece os defeitos, mas busca a melhoria, se não melhora, perdão, aí é egoísmo, coisa de quem olha pro próprio umbigo, porque o amor constrói e quem deseja construir quer o aprimoramento da obra.

O Amor divide os sonhos, as esperanças, as tristezas, segura na mão e caminha junto, se não ta junto não cresce, a ausência é prato cheio de discordâncias que quer envenenar o Amor, porque o Amor requer cuidados e quem não tem acaba pensando que o Amor era de vidro e se quebrou, e quebra. Porque sem cuidado, escorrega.

Não se engane no sentimento! O Amor enxerga e muito bem, é aquele sentimento terno e simples, bem simples. Se você complica, perdão, não é culpa do Amor. Complicado é o medo que está sempre querendo tirar a visão real. O medo, este sim, é míope em alto grau e cresce mais e mais, como erva daninha, tomando conta do que é verdadeiro, sugando forças, querendo ser o que não é.

Cuidado! Não se engane no sentimento! O Amor, o Amor mesmo tudo vê, mas não escraviza, Ele é livre, deixa livre, se virar prisão, se traz sufoco, incertezas, dúvidas, inquitações, perdão, isso tem outro nome, menos amor.

Você consegue enxergar?


(J.L.)


Na suavidade dos meus pensamentos te encontro
Sabe lá eu o que esperar
Eu sinto apenas
E é tão bom ver flores em mim desabrochar

Fechar os olhos e sentir o vento
Em sua calma e ditosa docilidade
Que toca a alma e abranda
Como o toque de tuas mãos delicadas

Sentimentos meus em mansidão
Que traz luz e dissipa a escuridão
Que o sol aquece e invade tão quão
Tua presença em meu coração.

(J.L.)




É aquela raiz que começou a penetrar a terra
E que deve ser arrancada
Se era bom ou mal, pouco importa
O que vale é a segurança
Das vidas que estão em volta
E é assim, é melhor pisar onde já conhecemos
Um fruto novo é ameaça
Ninguém sabe que gosto terá
Nem se sombra dará
Arranque apenas
E não pense no “se”
Porque a raiz da dúvida é a pior de todas
Ela cresce imperceptível
Se não queres colher não podes duvidar
O que não é pra ser, nunca deverá.
Necessariamente!

(J.L.)




É só te ver assim
Pra meu coração sentir falta
Ter vontade de estar em teus braços
Ter-te para mim

Tua presença relembra a ausência
Restando-me recordações
Das noites  iluminadas
Pela alegria de estarmos juntos

Ausência doída pela tristeza
Ferida pela distância
Fincada pelas lembranças boas
Das  quais não mais podemos

Ah triste destino
Que enlaça amantes em tempo errado
E subjuga-os a viverem aquém
À margem de seus desejos impossíveis.


(J.L.)



São dores, são lágrimas
Feridas abertas
Mágoas tão vivas
Esqueço da vida

Culpa tenho
De querer intensidade
De ter intimidade
E cair na decepção

Sangra o coração
E não há tempo que cure
Hemorragia lenta
Definha e corroí

Sim, dói
E dor, meu amigo
Desassossega
Só sabe quem sente.


(J.L.)